domingo, 11 de dezembro de 2011

Da ficção a realidade

Ao assistir ao episódio 11 da 5ª temporada do seriado The Big Bang Theory, refleti, mais uma vez, sob o tema bullying. Neste episódio, um dos personagens, Leonard, se vê perante a possibilidade de reencontrar um dos bullies que marcou sua vida escolar. O personagem faz uma lista das 14 piores coisas que o bullie fez contra ele. O que mais chama atenção neste núcleo não é a quantidade de coisas ruins feitas pelo bullie, mas a lembrança fresca e intensa de Leonard, bem como seu continuado temor do bullie, mesmo após tantos anos. Será que as vítimas, mesmo passado anos e a vida tendo seguido seu curso, continuam revivendo em suas memórias as situações passadas?
Em outro núcleo, outra personagem, Penny, se arrepende de ter feito bullying com algumas colegas da escola. Após tantos anos, ela nunca tinha percebido que as "brincadeiras" que havia feito com as colegas não eram tão engraçadas assim. As atuais amigas, que sofreram bullying em suas vidas escolares é que chamam sua atenção para a gravidade de seus atos.
O que quero dizer com tudo isso? Bullying deixa consequências, mesmo passados anos, quem sofreu lembra. Porém, isso não é tão verdade para quem pratica. São poucos os que tomam consciência e se arrependem de verdade do que fizeram.

Qual o papel dos professores?

Sempre quando pensamos em bullying, associamos ao comportamento dos alunos. Claro que pensamos, como fator mitigador, nos professores, diretores e pais. Todavia, sabemos que o apredizado também se dá através de observação e exemplos. Será que essas "brincadeiras" não são práticas usuais entre os professores, não só na sala dos professores? Assim sendo, sugiro a leitura do artigo "Violência na escola: uma reflexão sobre o bullying e a prática educativa" dos autores Herculano Ricardo Campos e Samia Dayana Cardoso Jorge.Resumo:
O bullying envolve todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas – adotadas por uma ou mais pessoas contra outra – que acontecem sem motivação evidente, causando dor e angústia. Quando executado na escola, resulta em comprometimento da aprendizagem, da vontade de estudar e de todo o ambiente educativo. Um questionário com perguntas fechadas foi aplicado a 107 educadores, em 14 escolas particulares de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, e as respostas receberam tratamento estatístico no programa Statistic Package for the Social Sciences (SPSS). Os dados mostram que 83% dos entrevistados já ouviram falar em bullying e a necessidade de intervenção foi relatada por 97,03% dos entrevistados, dos quais 73,27% já foram chamados por alunos ou funcionários da escola para emediarem situações dessa ordem. Sugere-se a intensificação de estudos relacionados ao assunto e o desenvolvimento de ações e programas que envolvam a comunidade escolar (educadores, pais, alunos, funcionários), em parceria com o Conselho Tutelar e demais órgãos ligados à proteção da criança e do adolescente.