terça-feira, 5 de abril de 2011

A palavra (não muito sincera) do agressor.

Para encerrar o assunto Casey Haynes, quero que vocês vejam abaixo a entrevista com Richard Gale, o agressor. O psicólogo Fernando Elias José, especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental deu uma entrevista ao IG, dizendo que a afirmação de Ritchard, de que foi a verdadeira vítima do bullying, provavelmente não é verdade. "Ele agride demais para nós acreditarmos que sofreu bullying primeiro. E se Casey praticasse bullying, não teria apanhado tanto antes de revidar", disse. José derruba o argumento de Ritchard ao explicar que dificilmente quem sofre bullying pratica também. "É difícil isso virar uma cadeia. Geralmente a criança que sofre faz de tudo para ser aceita no grupo". Agora, mesmo sendo o vilão da história, Ritchard vai precisar da ajuda de profissionais. "Ele vai precisar entender o estrago que está sendo feito na vida do outro com quem o bullying é praticado e o que isso vai fazer na vida dele", disse José. Veja a matéria na íntegra:


Ao contrário da afirmação do profissional, já está bem estabelecido na literatura de muitos países que a vítima pode sim ser autora. Mais do que isso, muitas vezes essa vítima procurará uma outra vítima em potencial. Fazendo uma analogia, é o que acontece em trotes para entrar nas faculdade e cursos técnicos. Quem recebeu o trote ao entrar na instituição não vê a hora de entrar uma nova turma para então aplicar o trote, como uma "vingança". Alguns já transformaram essa prática em voluntariado, mas muitos ainda aplicam por revolta ao que passaram. Assim acontece nas escolas, com o bullying. Quem um dia foi vítima, no outro procurará alguém mais "frágil" para descontar o que sofreu. Então, vemos a bola de neve na qual o bullying pode se transformar, por isso, mais uma vez, a melhor arma ainda é a prevenção e divulgação do fenômeno e o que ele pode causar num adolescente e na sociedade em geral.
Já citei uma vez, mas citarei novamente. Alguns estudos apontam que crianças e adolescentes que sofreram bullying na infância, continuam sofrendo o mesmo no trabalho, mas com o nome de assédio moral ou  workbullying. Isso definitivamente tem consequências e precisamos dar um basta a esse redemoinho sem fim.
Não esperemos que os autores busquem ajuda profissional para descobrirem o mal do que fazem, mostremos nós a eles, antes mesmo que eles ajam.

3 comentários:

  1. Realmente ele não parece ter sido muito sincero na entrevista, mas precisamos lembrar que ele é um garoto de apenas 7 anos. Ele pode ter sido influenciado pela "onda de bullying" do colégio e/ou ter sofrido muita pressão. Além disso, não apresentou sinais de psicopatia.

    Este caso é muito diferente de um assassinato, por exemplo. Não podemos tratá-lo como tratamos por exemplo o pai da Isabella Nardoni, ou o Champinha ou o Guilherme de Pádua. Ele não é um monstro. O que ele fez é perfeitamente perdoável e reversível. Basta que ele se arrependa do fundo do coração de ter feito isso. Tenho certeza de que com um bom diálogo tudo pode se resolver.

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  2. Samuel, a questão aqui é outra: o apoio dos pais. Claramente ele sofria pressão na escola, em casa e por si próprio. Com tanto estresse, chega uma hora que não aguenta e estoura, por exemplo em uma outra vítima de bullying. O caso vai pra mídia e ao invés de tentarem descobrir o que o garoto vem sofrendo, ele só recebe ameaças e xingamentos. Não quero defender ninguém, apenas mostrar a outra face da moeda.

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