Mais um caso de comportamento agressivo intergrupo de coespecíficos (dentro de um grupo da mesma espécie).
Quem já foi alimentar os patos e cisnes do lago do parque do Ibirapuera já deve ter presenciado cenas de "malvadeza". Não é incomum você ficar com dó do animal mais mirradinho, e primeiramente ir lá alimentá-lo. Normalmente, os mais franzinos são aqueles que tem algum problema ou não se alimentam direito. Em ambos os casos espera-se que esse individuo tenha um posto muito baixo, se não o mais baixo, na hierarquia do grupo. Assim, você alimentando primeiro a ele, você está infringindo as "normas" do grupo, facilitando que ele leve umas bicadas e bofetadas dos outros animais, que roubam sua comida, e mais uma vez ele fica sem comer. Depois de ver isso, você fica abismado, a criança ao seu lado chora e você diz que os animais do Ibirapuera são malvados, cruéis, além de famintos, e nunca mais volta para alimentá-los. Talvez esse seja um caso de mobbing devido a hierarquia. Mas como observamos com nossa mente cheia de moral, julgamos o comportamento como feio. Se aquele animal todo mirradinho é um dos últimos na hierarquia, há um porque. Os animais não são malvados e indicam seus melhores amigos para os postos mais elevados. Isso é feito por aptidão e potencial de sobrevivência.
Voltando para casos humanos. Eu não estou dizendo que é super normal um menino matar o outro na escola. Eu apenas quero dizer que esse tipo de comportamento não é uma dádiva da nossa espécie, muitas outras, eu diria quase todas, apresentam o mesmo comportamento.
Ah, então quer dizer que é a natureza dos animais, incluindo os seres humanos (que também são animais), ter esse tipo de comportamento e pronto? Claro que não! Há uma diferença entre a nossa espécie e as outras (com excessão dos golfinhos e algumas baleias), que não é a inteligência, mas sim a consciência. Quando praticamos bullying, negamos a existência de todo nosso lobo pré-frontal, responsável pela consciência, e voltamos a ser meros primatas sem rabo. Se é tão importante nos diferenciarmos das outras espécies, sermos "superiores" façamos jus a isso. Tomemos nas mãos a nossa consciência e a usemos. Se as crianças adquirem essa consciência ao longo da vida, então ensinemos a elas o quanto antes, mostrando as consequências de bater e xingar os coleguinhas.
Assim, e somente assim, conseguiremos diminuir as taxas de bullying no Brasil e no mundo!
"o que diferencia a espécie humana das demais é a consciência"
ResponderExcluirFalou tudo agora. Os seres humanos são movidos pelo instinto animal, mas por serem dotados de consciência, espera-se deles um comportamento mais evoluído. Quanto mais o ser humano consegue colocar a razão acima do instinto, mais evoluído ele é.
É por causa da consciência que um homem consegue suprimir o instinto de bater em outro quando está com raiva, ou de trair a sua mulher quando tem a chance... Quem sabe a espécie humana evolua para uma espécie sem estes instintos...
Quanto ao bullying, se houver uma conscientização em massa por parte dos colégios em combater essa prática, ela pode ser inibida. O colégio em que eu estudei dos meus 6 aos meus 10 anos de idade tinha um trabalho pedagógico excelente no que diz respeito à união, ao respeito e à aceitação das diferenças. A minha turma tinha 3 crianças com síndrome de down, e ao invés de sofrerem bullying, elas eram super queridas, super bem tratadas, e isso acontecia porque o colégio era eficiente a esse respeito.
É apenas uma questão de consciência e respeito pelas diferenças =)
Pois é Samuel, a chave realmente pode estar na consciência. Porém não podemos deixar somente na mão das escolas um trabalho que deve começar em casa, desde muito cedo. Não nos esqueçamos que as escolas e os professores não fazem milagre com os alunos cujos pais mimam e nãos dão limites.
ResponderExcluirIsso é verdade. Na verdade as duas situações caminham juntas: Educação em casa e conscientização na escola. Uma das duas isolada não dá conta do recado.
ResponderExcluirConcordo, Samuel. Felizes seriam os pais que educassem seus filhos de forma consciente. E felizes as escolas que internalizassem, inclusive em seu corpo discente, a necessidade de programas de respeito e consciência humana e ética.
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