quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Consciência animal ou selvageria humana?

Muitos de nós acreditam na superioridade humana em relação aos outros animais. Não questionarei isso ainda. Quem sabe num outro post... Enquanto isso, falemos sobre a "sacanagem" (perdão pelo termo) e "crueldade" inerente a nossa espécie.
Pensemos na seguinte cena (quem tem gato entende bem): um gatinho, muito fofinho, encontra uma barata ou um passarinho. É instintivo para o animal matar tal bicho para se alimentar. Porém, antes de se alimentar, ainda com a presa viva, ele brinca com ela, a deixa desacordada, batendo com as patinhas e jogando de um lado para o outro. Quando a presa não se mexe mais, ou o gato cansa de "brincar", ele finalmente faz seu banquete. Alguns podem pensar isso como crueldade ou malvadeza por parte do gato. Mas no final de tudo, ele se alimenta do alimento-brinquedo.
Outra cena, que pode ser vista no youtube: um porco, deitado no chão, amarrado. Enquanto a câmera filma, um grande maçarico é aceso e colocado em direção a pele do porco. Ele tenta se desvencilhar da corda que o prende, "grita" de dor, que não vale de nada. No final, ele será comido? Não. Será exibido aos amigos como prova do feito.
Mais uma: Brasília, há alguns anos atrás: um bando de adolescentes ateia fogo a um índio que dormia tranquilamente na parada de ônibus. Você bem sabe que eles não iam comer o índio, e ainda se desculparam dizendo que achavam que fosse um mendigo.
Agora eu pergunto: quem é mais consciente? Fazemos jus a nossa vantagem evolutiva cerebral?
Relacionarei isso ao bullying no próximo post.

3 comentários:

  1. "quem é mais consciente? Fazemos jus a nossa vantagem evolutiva cerebral?"

    O ser humano com certeza é mais consciente, porém ainda guarda resquícios de comportamento animal primitivo, como no caso do exemplo que você citou dos adolescentes que mataram o índio Pataxó. E é exatamente pela consciência do ser humano que estas atrocidades são repudiadas pela sociedade.

    Curioso também que o ser humano costuma priorizar certas espécies de animais como mais importantes do que outras. Por exemplo, se um adolescente mata um cachorro ou um gato,
    isto causa uma quantidade x de repúdio na sociedade. Se ele mata uma pessoa, este repúdio sobe para 100x, digamos... Mas se ele mata um inseto, como uma mosca ou uma barata, a sociedade não o exclui.

    No caso do gato que brinca com a sua presa, ele apenas está seguindo o seu instinto, sem consciência do mal que está causando ao passarinho, ou à barata.

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  2. Samuel, o fato de matar um outro ser leva a muita discussão. Inconscientemente, julgamos "menos ruim" matar animais "menos evoluidos", e pior matar aqueles mais próximos a nossa espécie filogeneticamente. Posso passar muitos posts tratando sobre o tema, mas será que chegaremos a uma única resposta? Voltemos ao bullying.

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  3. Criamos e recriamos explicações voltadas a enganar satisfazer certa necessidade pelo saber ,,,questionando o desejo ser ou não influencia de sua animalidade ,gerando possivel evidência de haver um fator desconhecido responsavel por influenciar ou ditar o desejo pelo caos , em nossa grande ideia de sermos superiores buscamos respostas inexistentes quando a simplicidade que torna a verdade tão clara se ofusca dos olhos daqueles individuos que julgam ser capazes de ditar regras para a infinita variedade possivel de
    um pensamento , apenas um aterfato visando suavizar nossa real condição... apenas uma escolha...

    (claudio braz)

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