terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ping pong de responsabilidade

Não estou aqui para julgar quem começou a briga, quem é responsável pelo bullying, muito menos para ser a dona da verdade de como é o certo para combatermos esse fenômeno. Porém, me sinto na responsabilidade de pontuar, mais uma vez, da imensa responsabilidade dos pais e da escola.
Por que isso agora?
Em alguns estudos de caso, com o relato dos envolvidos, percebo que a "culpa", ou "em quem colocar a culpa" passa ser mais importante do que a resolução do problema em si.
Vamos imaginar mais um caso. Chega aos ouvidos da direção ou coordenação, que um aluno está cometendo bullying contra um colega, através de difamações, agressões no banheiro, chegando até à internet. A orientadora pedagógica, ciente de não poder agir sozinha, chama os pais de ambos alunos. Primeiramente, ela marca um horário com cada família em separado. Após, chama as duas famílias, com seus respectivos filhos, para sanar a questão.
A primeira reunião, individual, mostra-se pouco sucedida. Os pais dizem que a responsabilidade é da escola, e a escola mostra a co-participação dos pais. Já na segunda reunião, agora com todos, os pais tomam as dores do filho que foi vítima, que acabam num bate boca com os pais do agressor, dizendo que não deram educação ao seu filho, por isso que essas agressões acontece. E por aí vai. A coordenadora ou diretora intervêm. É então nessa hora que os pais "se unem" para dizer que a culpa é da escola mesmo, que deveria ter mais vigilância em seus alunos, que deveria desenvolver mais campanhas anti-bullying. Ao final, todos exauridos, a representante pela instituição de ensino aponta que os pais, juntamente coma a escola, poderiam auxiliar na campanha e resolução deste impasse. Qual a reação dos pais? Aceitam a opinião da educadora, mas de verdade nada fazem.
Claro que essa situação que descrevi não é uma regra. Ainda bem! Hipotetizei essa história, para ilustrar que muitas vezes a intenção da culpa se torna mais importante que a solução da situação em si. Na maioria dos casos, não creio que seja importante encontrar um culpado, mas partir para a solução. Até encontrar esse culpado, coisas muito piores podem vir a ocorrer.
Mais uma vez levanto a bandeira da união entre pais e escola para a melhoria do sistema educacional e das campanhas anti-bullying.

2 comentários:

  1. Pais que não assumem a responsabilidade pelas atitudes dos filhos não são bons pais. Pais de crianças praticantes de bullying que jogam a responsabilidade na escola não estão dando a devida atenção aos seus filhos.

    É claro que o nosso julgamento sobre estes pais pode ser atenuado se o filho tiver algum problema na mente (síndrome de down, e etc), mas no caso geral o julgamento é este mesmo.

    É muito difícil haver união entre pais e escola. Sempre que há uma tentativa de companheirismo de alguma coisa no Brasil, vem um elemento e se aproveita disso. É a lei deste país: Quem for honesto e sincero, está lascado.

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  2. Samuel, se continuarmos crendo e levando a diante a ideia de que os honestos e cooperativos sempre se dão mal, em momento algum conseguiremos atenuar o bullying e tantas outros comportamentos negativos que presenciamos. Temos de acreditar na união da boa vontade e nos responsabilizamos pelos nossos filhos e por nós mesmos.

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